poesia

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30 de dezembro de 2015

Sonhar!










Bastas foram as vezes que eu me vi a demandar,
pelos surreais cenários, por minha mente forjados,
que sedente de magia, me dispunha a franquear,
minha caixa de pandora com todos os seus legados.

Por amor forjei amor, com divas do meu sonhar,
eram por mim possuídas, mas sem o coito carnal,
eram meras fantasias, produtos do meu pensar,
e fontes jorrando líbido, em corrente virtual.

Pelo trilho de meus sonhos cheguei à terra do mel,
para adoçar o que sou e como doce eu me entregar
libertar o que me envolve, do travo amargo do fel,
para assim cumprir meu fado: a minha vida adoçar.

Vezes houve, que por pressão do real eu despertava,
e os meus cenários cerrava, para afrontar a magia,
mas ela, Ser Surreal, nos meus sonhos imperava,
e porque deles senhora, as suas portas me abria.

Era assim...

17 de dezembro de 2015

O voo do poema!













Sempre que um poema do livro se solta,
consigo carrega a mui doce mensagem.
E quando se esgota, para o livro volta,
e assim se munir para uma outra viagem.

16 de dezembro de 2015

Desvario!










E se a vida apenas for uma mera alucinação,
que forjada pela mente p'ra do Nada se soltar,
para assim ter uma vida, pese ser uma ilusão,
ser Ser vivo de alma viva, para a vida carregar?

12 de dezembro de 2015

Convicção!










Se a passagem para Além,
fosse comprada em Aquém,
eu jamais a compraria,
deste Aquém não sairia.

Bom apetite!












Uma pitada de amor,
num caldo de fantasia,
é condição p'ra compor,
um prato de poesia.

8 de dezembro de 2015

Lenda da Moira encantada!











Contam que na gruta havia,
uma moira que encantava,
que os seus encantos tecia,
para atrair quem passava.

Eram feitiços de amor,
por ser uma alma sofrida,
amava ter um senhor,
naquela gruta esquecida.

Que se acoitara na gruta,
aquando os seus debandaram,
após derrota na luta,
que com os cristãos travaram.

Sempre que um homem passava,
perto daquele lugar,
os seus passos estugava,
para não se enfeitiçar.

Era assim, segundo contam...

5 de dezembro de 2015

O véu!









Mulher, se o uso do teu véu não te foi imposto,
deve o mundo essa tua opção saber respeitar,
és mui senhora de ti, para mostrares o teu rosto,
só a ti compete optar sobre os modos de trajar.

Se é imperativo do que se diz ser teu senhor
solta-te do jugo, rompe o véu, mostra tuas faces,
sê ser livre, abandona um tal calvário de dor,
para que livremente teus rumos de vida traces.

4 de dezembro de 2015

Santa Bárbara!













Era um regalo primeiro,
ver a festa e sua feira,
ver a festa do mineiro,
o honrar da padroeira.

Recordo o meu despertar,
com rebentar dos foguetes,
ouvir a banda a tocar,
e o vibrar dos clarinetes.

Ver a santa em seu andor,
passando com a procissão,
ouvir canto em seu louvor,
era o sonho e exaltação.

Os jogos e diversões,
eram temperos da festa,
o prazer dos foliões,
impedimentos de sesta.

E a santa padroeira,
que por Bárbara chamada,
recolhia prazenteira,
ao seu nicho muito honrada.

Noite fora, em cada esquina,
com a lua em seu raiar,
ao toque de concertina,
termo de festa a bailar.

Era assim...

12 de novembro de 2015

Coisas do Vento!










O meu olhar levantei,
para ao vento perguntar,
se ele sabe o que eu não sei,
para poder-me informar:

Se de onde ele atrás partiu,
por aldeia, serra ou vale,
a minha amada ele viu,
que me diga e não se cale.

O vento lesto amainou,
e por branda rabanada,
gentilmente me informou,
sim, que viu a minha amada.

Ia linda a atravessar,
uma ponte dum ribeiro,
que fixou nela o olhar,
seduzido e prazenteiro.

E que em tal estado ficou,
que seu controlo perdeu,
e com tal força ventou,
que sua saia lhe ergueu.

Volta para junto dela,
disse-me antes de abalar,
pois podes ficar sem ela,
se um outro vento a levar.

6 de novembro de 2015

Almejos para ad aeternum!










Amor, aquando de ti e desta eu me for,
e para ao mundo dos nadas for ascender,
no meu peito, põe os teus laços de amor,
para que ad aeternum a ti eu me prender.

Se antes de mim tu finares, desta partires,
e para ao mundo dos nadas lhe acenderes,
leva de mim o que sou, para me sentires,
e também em ad aeternum me prenderes.

27 de outubro de 2015

Desinspiração!










Que se solte do que sou tudo aquilo que não sou,
porque não sendo o que sou me possuo de afasia.
Não regido pelas causas, das que a poesia forjou,
vejo-me ser incompleto, não levo a Carta a Garcia.

14 de outubro de 2015

O poeta e os seus modos!













Sempre que o poeta, lavra o seu poema,
o aduba de si, dos seus modos de estar.
É um seu princípio, a fidelidade ao lema:
que o poeta p'ra vingar, tem que se dar.

O poeta é como se fosse um qual vedor,
prospecta o belo, para em poema o verter,
o inundando com versos de bom sabor,
para desaguar, onde o queiram ir beber.

12 de outubro de 2015

O Acaso será Deus?













Deus existe, ou não existe?
Que dizer, o que pensar?
Esta dúvida persiste,
até quando eu me finar.

Será que Deus é o Acaso,
fruto de acaso também,
e porque a sós lhe deu azo,
ser de Acaso a sua mãe?

20 de setembro de 2015

Quimera, o meu sonho!








Porque vazio do Sonho, em demanda naveguei,
rumando ao Sonho Quimera, almejada Fantasia.
Libertei-me do vazio e todo nela me entreguei,
para cumprir o meu sonho: ser poeta em Utopia.

Findo que foi meu sonho, ao cais de partida voltei,
e trouxe comigo a Quimera, o meu sonho virtual,
no meu mundo a possuí e de outro sonho a moldei,
dei-lhe a alma com as formas, tidas no mundo real.

16 de setembro de 2015

Remissão!










Impossível redimir-me, dos meus tropeços de outrora,
porque o tempo desse tempo, não permite lá voltar,
tão somente me permite, recordar tudo o que fora,
para que nas mesmas pedras, eu não volte a tropeçar.

1 de setembro de 2015

O que dela levei!










Junto a ela passei,
e vi o que havia de belo em si.
Não lhe toquei,
mas a senti.
Seu corpo emanava
o aroma da rosa
e o seu andar,
era voar,
como a bela mariposa.
Na multidão se embrenhou,
e o que dela levei,
fora o belo que deixou,
quando por ela passei.

24 de agosto de 2015

Amor ao Fado!

Com olhar triste e magoado,
era o seu jeito ao cantar.
O amor que tinha ao Fado,
dava-lhe esse seu olhar.

Sempre que ao palco subia,
com olhar triste e magoado,
toda a plateia varria,
para encontrar o seu Fado.

Mas o Fado, o seu amor,
não era gente em plateia,
era tão somente a dor,
de uma surreal ideia.

O Fado era fantasia,
pese ela muito o amar,
Só dentro de si vivia,
p'ró seu destino traçar.

19 de agosto de 2015

O livre-arbítrio!

Aquando o Divino Oleiro, com o barro Adão criava,
acrescentou-lhe um valor, com livre-arbítrio o dotava.
Deu-lhe o poder, para poder, muito livremente optar,
quais os rumos, quais as vias , onde optasse demandar.

Se o Divino em si continha, um dom de omnisciência,
porque dotou Pai Adão, de livre-arbítrio em consciência,
pois que os seus modos de vida, já lhos tinha destinado?
Porque assim, ouso dizer: foi Pai Adão, mal formatado!

11 de agosto de 2015

Modos de estar na vida!










Os nossos modos de estar, os que em vida carregamos,
são resultantes de opções, as opções que contraímos,
são a colheita dos frutos, que em demanda semeamos,
são causa do Livre Arbítrio, régia lei que assumimos.

6 de agosto de 2015

O meu fadário!









No meu mar encapelado,
com soçobro no remar,
tento alegrar o meu fado,
para fadar noutro mar.

Por cordas duma guitarra,
com meu tempo a decompor,
rumo ao cais onde se amarra,
o do meu tempo, o senhor.

Mas o mar com suas escarpas,
fere as cordas, num ataque,
mata o cais com suas farpas,
nele impede o meu atraque.

Assim vivo o meu fadário,
é neste mar que navego,
que levo a cruz ao calvário,
que nele todo me entrego.

4 de agosto de 2015

O gingar da cachopinha!











Era linda a cachopinha, no gingar aquando andava,
provocava os que a miravam, com seu sedutor olhar.
Um, num estado fascinado, dela os olhos não soltava,
porque jamais enxergara, um tão perfeito gingar

Ela, assumindo matreirice, ao vê-lo assim fascinado,
os seus modos de gingar, mais os dispôs, mais realçou,
pôs suas ancas gingando, no seu mais charmoso estado,
levando a que o fascinado, por ela louco ficou.

Era assim que a cachopinha o seu trajecto cumpria,
introduzindo o seu estilo, na sua moda de andar,
ofertando ao que passava, uma doce fantasia,
e o levando a almejar: tê-la, para com ela gingar.

19 de julho de 2015

O Além, um nó górdio!


Aquando nos vemos pensando no Além,
com nó, o de górdio, nós nos deparamos.
Ele é, nos registos, ou fontes de Aquém,
o espaço dos mitos que nós carregamos.

Será o Além, do Aquém, uma dimensão,
onde não seremos, tudo o que já fomos,
com alma arreda de corpo e sua função 
porque sem tecido de que nos compomos?

Será que os nossos medos forjam o Além,
que ele seja tão somente um mero Nada,
que foi construído por carência também,
para no pós morte haver Céu por morada?

Será que...

6 de maio de 2015

Meu manto diáfano!











Porque um fidedigno amante da fantasia,
por meu manto diáfano a lego à plateia,
para assim se soltar toda a minha poesia,
dar-lhe livre percurso, sem qualquer cadeia.

24 de abril de 2015

Surreal sonhar!


Aquando navego por mares, aos modos de sonho,
as procelas e abrolhos, não se erguem quais barreiras.
Sigo as rotas  surreais e em demandas me disponho,
e vogo mais para além, ultrapassando as fronteiras.

Num dos mais belos dos sonhos que vivo e navego,
os ventos me impelem, rumando ao cais das poesias.
Concordante os acompanho e neles todo me entrego,
para assim me completar, cumprir minhas fantasias.

Num outro meu sonhar, a um divino cais me aporto,
para ele, por sereias sou captado, via canto sedutor.
Em tal cais, nele viver, também morrer, eu suporto,
ele é um qual Monte Olimpo, onde vive o meu amor.

8 de abril de 2015

A aresta do cinzelado!










A minha obra é supina, o que cinzela clamou.
Um Ser pensante criara, por acto de cinzelar.
E para a vida, num aprazível lugar, o lançou,
com o fim de o desbravar e nele se multiplicar.

Tempos idos, o cinzelado, ao que cinzela rogava,
as formas, também os jeitos, para poder procriar.
O que cinzela anuíra e o seu cinzelar retomava,
e uma outra obra encetou, para essa aresta limar.

Foi assim que o fado do cinzelado se cumprira.
Por graça do que cinzela, uma parceira surgira.

30 de março de 2015

Lavrar poesia!









Amava ser um lavrador de poesia,
para que os poemas pudesse lavrar.
Toda a letra daninha lhes mondaria,
para as fantasias lhes poder semear.

Neles poria a medrar, mui belas flores,
das que os seus aromas são extasiantes.
E porque assim, seduziam seus leitores,
os levando a se tornarem, fieis amantes.

28 de março de 2015

Mondar poemas!











Que a mondadeira se solte, para os poemas mondar,
libertá-los dos daninhos, porque não portam magia,
e semear letras com nexo, para ver-lhes despontar,
as mais belas das flores, com fragrâncias de  poesia.

21 de março de 2015

Calíope, minha Musa!
















Fora em outrora que me propus abeirar,
Calíope, a Musa, e rogar-lhe inspiração,
e assim poder ser uma estrela e cintilar,
em seu celeste seio e sacra Constelação.

E a Musa, gentil, ao que roguei aquiescera,
mas para que em seu seio eu pudesse vogar,
um modo de escrever poesia, me impusera:
que só poemas em rima eu deveria criar.

E foi assim que na poesia eu me iniciei,
e porque a amo dela jamais desarrimarei.

9 de março de 2015

A Poesia no Tudo!








Se eu fosse do Tudo o Senhor, o iria desmontar,
e após a desmontagem, para o Nada o lançaria,
e outro Tudo arquitectava, para o por a gravitar,
um Sol que o alimentava, com raios de Poesia.

19 de fevereiro de 2015

A carência de Adão!







O pai Javé levitava,
por riba do Paraíso
para ver se tudo estava,
em seu perfeito juízo.

Eis quando viu seu Adão,
à sombra duma azinheira,
rogando a sua atenção,
p'ra chegar-se à sua beira.

Pai Javé deslevitou,
assentou seus pés no chão,
curioso perguntou:
Que desejas meu Adão?

Adão disse: Meu Senhor,
sinto algo muito estranho,
estou abrasado em calor
e o pénis deste tamanho!

Pai Javé, porte mangão,
ao ver tal pénis sorriu,
nunca vira uma erecção,
um tal facto não previu.

Santos céus, Javé bramou!
Que fazer para amainar,
o que de Adão se apossou?
Que fazer p'ra se acalmar?

E Javé viu-se a pensar:
Se o pénis está mui esticado,
algo houve p'ró levar,
a padecer dum tal estado!

E por ser omnisciente,
Javé prestes entendeu,
do que Adão era carente
e uma cura concebeu.

E logo esculpiu a Eva,
a mais bela criação,
que no amor se releva
e faz mui feliz Adão.

18 de fevereiro de 2015

Recordar!








Sulcando as ondas da vida e me abeirando do Além,
recordo o cais de partida e o que em catraio sonhava.
Era o sonho navegar, pelos charcos de água em Aquém
e para o meu sonho atingir, naus de papel eu criava.

Em tais naus eu navegava, ao sabor da fantasia.
Forjava monstros marinhos, impedindo o meu vogar
e eu o Senhor dos charcos, os meus poderes bramia,
e os levava à submissão para a demanda vingar.

Foram sonhos de catraio, agora noutros navego,
vogo em águas de outros charcos, noutra demanda me entrego.

10 de fevereiro de 2015

O Amor, aquando palavra a sós!










O Amor, amor não é, quando se apresenta a sós,
é tão somente palavra e sem poder de expressão.
é um conjunto de letras mortas, porque sem voz,
e a vogar no não amar, sem algo por conexão

Para vogar como amor e o seu fado cumprir,
não ser a mera palavra e de afectos vazia,
de amor não se sentir nua e com ele se vestir,
dêmos-lhe o "belo dizer", a mui sacra Poesia.

28 de janeiro de 2015

Poesia, o elixir e meu bordão!










Poesia é o elixir, como também o meu bordão,
é nela que eu me apoio, para aos céus ir ascender.
Porque assim, imploro às Musas a devida inspiração,
para que os poemas se soltem, possam brotar e viver.

Minha Musa é  quem me lê e quem me incentiva a criar,
quem acolhe os meus poemas e no seu mundo os projecta,
quem meus poemas comunga e os dá a comungar.
São estes as minhas Musas e a quem eu devo ser poeta.

15 de janeiro de 2015

Dúvidas!










Quando por dúvidas vogo, entro comigo em confronto,
mas os eus que me compõem, a rota certa me apontam
e eu, porque deles seu todo, nela rumo e me apronto,
para sulcar varrendo procelas quando elas despontam.

8 de janeiro de 2015

A importância dos Anos, fracções do Tempo!










São marcadores da vida e dilectas fracções do Tempo.
Por guardarem narrativas, as que mais nós recordamos,
os lançamos p'rá ribalta, por via centros de evento,
dando ao mundo a conhecer, os ais que nós carregamos.

E quando o Tempo se esgota, já fracções não comportar,
outros eventos criamos, os chamados dos "Já idos",
e os cantamos e elevamos ao supremo patamar,
patamar dos que jamais serão por nós esquecidos.

São assim e sempre serão, as fracções chamadas Anos.
Sejam  quais forem os modus vivendi que elas libertam,
as honrarias e centros de eventos não lhes negamos.