Assim fosse eu uma nuvem, para poder ir beber,
às mui verdejantes serras, as suas mais belas cores,
e vogaria p'ás urbes, para nelas as chover,
as molhando do mais belo, p'ró granjeio dos amores
Fosse eu mago paisagista e com saber e magia,
toda a urbe atapetava, com flores de urzes dos montes,
e as dotava com aromas, ao sabor da fantasia,
fantasia da que brota, das mais encantadas fontes.
Fosse eu, de sons, compositor e os de serras compunha,
com propriedades solventes e às urbes os ofertava,
lhes solvia os poluentes e os seus, puros, lhos dispunha.
Ai se eu fosse o que não sou e que bem sei, jamais o ser,
às urbes dava outra alma e as faria renascer.