poesia

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30 de janeiro de 2012

Quando o papagaio falou!














Quando o papagaio falou,
a negra fula chorou.
Choro de ufana vaidade,
e de profunda saudade.

Saudade de seu Mané,
no Bailundo, lá p'ra Norte,
que por roças de café,
labutava p'ró seu dote

 "Dominguita, meu tesouro,
contigo quero casar",
era o que dizia o louro,
para a negrinha chorar.

Quem ensinou ao lourinho,
aquela frase bonita?
Foi Mané, o seu negrinho,
e noivo da Dominguita.

Sempre que o louro falava,
a negra fula chorava.

16 de janeiro de 2012

Serra do Açôr, a beleza em passarela!










Verde serra, altos montes,
linda Serra do Açôr,
d'inspiração minhas fontes,
de meu jardim, celsa flor.

Por filha de um Deus Maior,
em coito e terna paixão,
te quedas, qual Altar Mor,
local culto de oração.

De poeta, Albergaria,
seio amigo, aconchegante.
D'inspiração poesia,
fantasia a cada instante.

Porque Musa e minhas fontes,
porque em vida o meu amor,
que me acolham os teus montes,
aquando eu desta me for.

9 de janeiro de 2012

Os "Abutres"









Ei-los ávidos pousando,
sobre o rincão Lusitano,
dele se banqueteando,
em orgia e porte insano.

Devorando quanto baste,
p'ró futuro precaver,
o bando, voando parte,
deixando a presa viver.

E a presa, povo brando,
humilde, de bons costumes,
curva-se servil ao bando.

E o vê qual Santo Graal,
miraculosa poção,
p'ra restaurar Portugal.

3 de janeiro de 2012

"O Tempo e os Anos"








Anos Velhos, Anos Novos?

Anos não têm idade,
de Tempo, meras fracções,
quais divisões celulares,
baús de recordações.

O Ano, novo será, se:

For sementeira de amor,
mitigante de carências,
um amputado de dor,
adoçante d'existências.

For promotor d'igualdades,
despido de tiranias,
arauto de Liberdades,
nossos sonhos, fantasias.

Se assim!

Os Novos Anos serão,
nos anais de todo Tempo,
a sua mais doce Poção.