poesia

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19 de junho de 2011

"Pobre puta, velha puta"










Fora bela a pobre puta,
e também centro de evento,
hoje, cantinho disputa,
p'ra sua enxerga ao relento.

Outrora vinda da Beira,
com mão cheia d'ambições,
e porque ingénua, a brejeira,
era um brotar d'ilusões.

Chegada à terra do sonho,
Lisboa, a chula, sorriu,
matreira, olhar risonho,
a prendeu e seduziu.

E fez dela manequim,
e corista de revista,
dotando-a de camarim,
como se fora uma artista.

Por adules induzida,
finas formas de cortejos,
foi p'la chula pervertida,
alimentou seus desejos.

Muitos anos decorridos,
findo o filão p'rá chulice,
mergulhou em desvalidos,
pagou preço da velhice.

Pobre puta, velha puta...

2 comentários:

  1. Pobre puta, velha puta... E ainda assim enche de imagens uma linda poesia.
    Bjusss

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  2. Apesar de tratar um assunto triste, enche nossa alma de poesia!!! Beijos para o poeta que transforma uma pobre vida, numa bela poesia!!!! Um beijo muito amigo!!!

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